Uma tarde histórica. Assim pode ser definido o dia 11 de novembro, quando a Rede Um Grito Pela Vida viveu um dos momentos mais significativos de sua participação na COP 30 e na Cúpula dos Povos, em Belém (PA). No auditório do Regional Norte 2 da CNBB, completamente lotado, ecoou forte o evento “Gritos pela Vida – Fé, Justiça e Cuidado”, que ampliou e fez ressoar a missão da Rede no enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Fruto de uma articulação missionária potente, o encontro reuniu Franciscans International, Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia (SINFRAJUPE), Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional e Regionais) e Vivat International. O que se viveu ali não foi apenas uma atividade de programação: foi um ato profético, marcado por espiritualidade, memória, esperança e compromisso.
A celebração também recordou os 800 anos do Cântico das Criaturas, fazendo emergir o clamor da Mãe Terra e dos povos ameaçados pela destruição ambiental e pela lógica de exclusão que intensifica vulnerabilidades e alimenta o tráfico de pessoas. Em comunhão com a Igreja e com as organizações parceiras, reafirmou-se a mística do cuidado, fundamento que sustenta a presença da Rede na COP.
Durante o encontro, Irmã Isabel do Rocio Kuss, coordenadora nacional da Rede Um Grito Pela Vida, sublinhou os 18 anos de caminhada, resistência e incidência da Rede em defesa das vítimas e sobreviventes do tráfico de pessoas. Ela também saudou a presença de Irmã Gabriella Bottani, uma das fundadoras da Rede no Brasil e coordenadora internacional da Talitha Kum entre 2014 e 2022, cuja dedicação deu forma e força à missão.
Com voz firme, Irmã Isabel lembrou o coração da nossa identidade: “Rede que ouve o clamor das vítimas do tráfico de pessoas.”
E foi exatamente isso que se viu: um espaço lotado, atento e mobilizado, onde fé e compromisso social caminharam lado a lado, levantando, juntos, o mesmo grito: vida para todas as pessoas, cuidado com a Casa Comum e justiça socioambiental.
